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sábado, 26 de abril de 2014

O prazer e o risco de conversar (video melhorado)


Lendo sabedorias e ideias "cultivadas" que andam por aí, resolvi passar para a vida tribal dos incultos para descansar um pouco e aprender muito.

Algures em África
Recordando um episódio do meu passado, uma noite em África conversando à volta da fogueira e sendo "o casamento" o tema da conversa perguntei porquê se separavam.
No silêncio que se seguiu o mais velho disse: 
- "Ainda...!!",
e a conversa mudou de rumo pois o "ainda" significava apenas que precisava de tempo para saber a resposta. 

Dias depois veio falar comigo: 
-"Quando a dormir não lhe ponho a mão em cima.".

Fiquei calado e com "respeito" perguntei suavemente: 
- " Como sabe,… se está a dormir?
Ele respondeu: 
- "Adormeço separado e acordo agarrado!"

Tive a sensação que nem o Freud diria assim.

Com "sabedoria" semelhante em culturas tribais ditas primitivas, encontrei duas premissas, tipo orientações sociais "freudianas", para possibilitar teias relacionais saudáveis.

Uma delas é um dogma religioso para rezas aos deuses que afirma […nunca se pedir nada que afecte a livre escolha do outro…], ou seja, [...qualquer reza que afecte alguém, mesmo que seja para o curar, é preciso sempre pedir-lhe primeiro autorização para o fazer…]. 

Em reforço e complemento, afirmam que não obedecer a este dogma é fazer "Magia Negra", é fazer rezas de destruição do outro mesmo que seja com intenções de ajudar porque desprezam a sua vontade.

Talvez agora perceba porque é que um dia, em África,  o Malé me disse que esse não era o verdadeiro nome dele. Esse nome só ele e a mãe sabiam para ninguém lhe poder fazer Bruxaria Negra, pois ela  precisa sempre ser feita com o nome real.

Depois perguntou-me se eu também tinha um e, quando disse que não, olhou-me com pena e concluiu que andava desprotegido e devia estar cheio de "lixo".

Fiquei a pensar no muito "lixo" que me acompanhava e estive quase para lhe explicar que quando isso acontece vamos ao psiquiatra para ele o tirar.

Quando tentei aprofundar, ele só me disse que uma "reza" sem o nome verdadeiro não era concedida e portanto, assim, não podiam fazer pedidos sem ele ou a mãe saberem, mesmo que fossem bons ou maus.

Achei este dogma interessante porque,... a aceitá-lo…, a humilhação de outro, imposição autoritária ou caridades bem intencionadas transformam-se em Bruxaria Negra na tentativa de destruição da livre decisão do outro por ser à sua revelia.

Por exemplo, velas acesas, promessas e rezas aos deuses com pedidos para "gostar de mim" seriam, assim, truques de bruxaria negra em que o "apaixonado(a) resultante" é apenas um "boneco(a) reprogramado(a)" por entidades extra-humanas(??) consideradas (ou não) divinas, na prática… torna-se uma estranha forma de amor fazer, para proveito próprio, o outro passar de "pessoa livre" a um "adito em paixão".

Algumas tribos têm outro hábito interessante que é terem à entrada da porta um cesto para as "impurezas". É uma espécie de ritual de purificação semelhante a benzerem-se com água benta ou a acenderem uma vela antes de entrar num  templo, mas funcionando ao contrário.

Na verdade, o facto de salvar pessoas não anula ter morto outras, ou fazer o BEM não anula o MAL feito ou obter perdão não desfaz o acto a perdoar. Noutras palavras, adquirir uma "purificação" não é o mesmo que descartar uma "impurificação".

Enquanto que os rituais de entrada num templo têm o objectivo de adquirir "pureza" para lá entrar, o cesto de "impurezas"tem o objectivo de abandonar ideias, intenções, emoções e sentimentos ruins que nos enchem e vão contaminar e sobrecarregar a vida dos outros, pelo que se devem deixar à porta antes de entrar em casa de amigos.

Na prática, todos nós construímos "verdades" a partir de significados atribuídos a símbolos obtidos através de sinais recebidos.

Como exemplo e experiência, tentar construir uma história com base na seguinte animação:

Animação criada com base em G. Johansson
e no filme "Theory of Mind".
Se o fez, esteve apenas a construir significados a sinais recebidos… o que fazemos constantemente.


Se se pedir a várias pessoas (crianças e adultos) para construirem uma história sobre a animação anterior, essas histórias terão diversos aspectos comuns.
Todavia, se antes de o fazer se conversar e falar em diversas ideias susceptíveis de serem integradas na história, os aspectos comuns serão mais numerosos.

Como conclusão, os significados originados nos sinais recebidos são sempre função do que se recebe e do que já temos em stock na mente, ou seja, as nossas "verdades" são construídas com percentagens diversas (e desconhecidas) de sinais da realidade e sinais dos "fantasmas" que nos habitam e que trazemos às costas e que, segundo as culturas tribais, […convém deixar no "cesto das impurezas" à porta da casa dos amigos…] para não os sobrecarregar.



Somos uma espécie de caracol que anda sempre com cargas psicológicas às costas, vendo a vida através delas e construindo as verdades do mundo com esses materiais.

Porém, com realidade ou com fantasmas, esses significados conclusivos podem ser VERDADE ou MENTIRA…e esta é a aventura de pensar com o risco e o prazer de ouvir e falar.

Como exemplo, um pequeno filme, em que as "impurezas" não foram deixadas à porta antes de entrar:




Porém, por vezes os fantasmas trazem informações preciosas que são retratos reais daquilo que não se vê mas se intui e muitas vezes as "impurezas" que nos acompanham são apenas pedras preciosas tapadas por camadas estranhas e ainda por clarificar.

Por exemplo:

Um pequeno teste:

Alguns anos atrás, durante uma workshop sobre "relações interpessoais" uma participante no intervalo conversava comigo dizendo que a sua vida em casa era como "andar sempre em cima de cardos", tudo a irritava até coisas pequeninas, como por exemplo:

- "…ir-se deitar e as almofadas estarem trocadas…"

Com uma certa curiosidade, perguntei:

- "Mas as almofadas são diferentes ???"

Respondeu:

- "Não… mas não posso com o cheiro, quase vomito!!!"

Fiquei a pensar que … ou o divórcio vem rápido … ou algo vai acontecer.

Ao mesmo tempo também concluí que aqui está um pequeno teste, simples e rápido, para diagnóstico em casamentos.

Sem o outro saber, trocam-se as almofadas.
Se o outro adormecer com um sorriso feliz… a "lua-de-mel" continua.
Se ficar irritado e irrequieto… a "lua-de-mel" ficou azeda.

Usamos pouco o olfacto para análise destes problemas.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O mundo pelo buraco da fechadura


A espécie humana passa a vida a lutar, viver e morrer por Verdades que vê e em que acredita.

Porém o nosso ver está condicionado por diversas variáveis que, se sairmos delas, fará o nosso mundo ser outro e com outras verdades.

Entre outras varáveis,...
não vemos o muito pequeno nem o muito grande, o lento parece parado e o rápido fica invisível, cores de certas frequências desaparecem e não existem para a percepção. 

O interessante é que alguns animais não têm as mesmas limitações portanto o mesmo mundo para nós e para eles... são na verdade mundos diferentes.

Ou seja, se alterarmos algumas variáveis do nosso filtro da visão, o mundo que nos rodeia torna-se outro. O que se vê é apenas o que se pode ver e não tudo o que há para ver.


Somos uma espécie arrogante, vivemos como se a pequenez do que vemos fosse a totalidade da Verdade existente, pelo cada um só acredita na sua e "mata a própria espécie" para impor a sua verdade aos outros.

"Saber que o conhecimento é apenas mais um passo para
aumentar a ignorância é a verdadeira sabedoria".

Zen
O segredo é ver o mundo
com olhos de criança

Um pequeno "anúncio" (2 minutos) do mundo que não vemos:


O filme total (8 minutos) a não perder e em:



sexta-feira, 11 de abril de 2014

Palavras e emoções


- Estou grávida…!!!!

--> Diz a mulher de um casal sem filhos…!!!

--> Diz a mulher de um casal com 10 filhos…!!!

--> Diz a filha solteira com 15 anos …!!!

As mesmas palavras todavia provocando emoções diferentes.

As palavras dão emoções, mas o contexto e as entoações é que activam o sistema límbico fazendo aparecer as emoções.

Tudo oscila em torno de rituais….

...uma frase é um ritual de sons, acompanhado de contexto expressivo próprio (entoações e gestos) ou dele isento, "a seco", caso de cartas ou email's em que esse acompanhamento é "inventado"por quem recebe, criando um cocktail de mensagem recebida e mensagem própria "colada" que irá, então, criar a concordante activação do sistema límbico.


O Bolo de anos é apenas uma proposta para a vivência de um ritual.

Todos vivemos em torno de rituais, uns claros e assumidos, outros disfarçados e clandestinos, uns dando emoções de prazer e positivas, outros criando emoções de dor e negativas ou ainda negativas e de prazer.

Os rituais baseiam-se em sons, palavras, cânticos e em expressões, gestos, movimentos executados em sequências pré-definidas e detonadoras de  actividade no sistema límbico criando emoções.

Em resumo, os rituais são apenas sucessões de símbolos, verbais e não verbais, que afectam o sistema límbico e libertam energia sob forma de emoções.

Todas as religiões primitivas ou tecnicizadas utilizam rituais feitos de símbolos para construir o caminho de religare (religar, segundo Lactâncio, sec. III-IV DC) com a divindade, a emoção é sempre a ponte que atravessa para o desconhecido, ela está aquém e além do racional, chama-se Fé.

Os rituais são uma espécie de garantia para as emoções vividas, pois elas aparecem de dentro apesar de provocadas de fora, e a absorção no ritual é a prova e a evidência da sinceridade, esquecendo que […teatro bem representado não se distingue da vida].

O ser humano é um paradoxo, pois nunca sabe se o outro está representando ou vivendo, pelo que fica angustiado quando duvida e fica feliz quando acredita. O paradoxo está em que quanto mais o aprofunda mais ele aumenta, quanto menos aprofunda mais se reduz, ou seja, não tem solução… o outro é sempre um desconhecido.

Na prática, realmente a única diferença é ter Fé de que é verdade o que vê ou ter Fé de que é mentira representada, […o ciumento não tem FÉ na verdade da representação, o não-ciumento tem FÉ na verdade da representação]. 
O ciúme oscila em função da credibilidade do espectador e da competência representativa do actor.

Basicamente uma comunicação estabelece conexão por palavras para lógica racional no neocortex, detonando as emoções correspondentes no sistema límbico ou, menos vulgar, estabelece uma conexão emocional no sistema límbico por símbolos gestuais e sonoros e com reduzidas palavras para lógica racional no neocortex, como por exemplo (1 minuto):


terça-feira, 8 de abril de 2014

Crise em Portugal e escadas no Centro Comercial

"Há dois tipos de leis: justas e injustas…
… as injustas são as imorais."
M. Luther King

…as leis que obrigam a passar fome são degradantes e imorais,
qualquer justificação legal é ainda mais imoral.


Os problemas são um BEM pois são criadores de invenções, é por causa deles que elas aparecem.

O problema dos problemas não são eles, são as soluções que não só não-solucionam como até os aumentam.
Por exemplo e por analogia, é como obrigar a subir uma escada que desce mais depressa do que se consegue subir:

quando afinal a solução é simples:

- mudar para uma escada que sobe... ou pelo menos está quieta;

ou

- parar a escada.

A crise da crise em Portugal não é ela existir, mas sim ser vivida com soluções que não resolvem…e obrigam a passar fome o que é degradante e imoral e qualquer legalidade nesse sentido é ilegítima.
Como qualquer problema, a actual crise tanto pode originar desastres como produzir inovações, depende do que se faz para resolver.

A História está cheia de exemplos de soluções negativas, tais como o trabalho escravo ou infantil para melhorar a economia ou bolsas de desempregados para baixar salários ou campos de dissidentes para calar protestos. 

Antes do 25 Abril o cidadão, fora ou até dentro do partido vigente, não participava em qualquer decisão política apenas sofria a legalidade instituída … a isso chama-se ditadura.

O Porquê do 25 Abril e o que fez explodir o "abraço colectivo" (a Pertença de todos à mesma causa) que se originou na sociedade portuguesa foi o "tornar possível que todos participassem na decisão política"...a isso chama-se democracia.

PS - Convém não confundir decisões político-sociais com decisões politico-técnicas para as executar: [...a decisão de operar é do doente ou família mas as decisões de como fazer é do médico…],
[…em casos graves, pode ser declarado o Estado de sítio, em que são retiradas aos cidadãos certas decisões político-sociais.]
Ver Blogue  Novo partido e o Porquê, Para-quê e Como, de 02 Abr 2014

O slogan [...A democracia dá-me o direito de falar...] fez época e ainda hoje é usado como argumento nas democracias vigentes e também como crença fundamental a ser seguida pelos democratas verdadeiros ou disso mascarados.

Simplesmente, o slogan é falso e está errado, é uma armadilha intelectual.

A mudança de Ditadura para Democracia não se faz criando o direito de falar que nunca foi tirado, isto é, não há nenhuma ditadura que proíba o direito de falar. Hitler, Mussolini, Franco, Salazar, etc, nunca tiraram o direito de falar.

O que tiraram foi o direito de falar contra, o direito de criticar, porque se for a favor da ditadura vigente não só é permitido como recebem aplausos, prémios e regalias.

É exactamente o mesmo que acontece com a chamada "disciplina partidária democrática" que não permite posições contra e usada nos partidos ditos de direita, centro, esquerda ou mesmo na vox populi bem adestrada quando tenta impedir qualquer Manifesto (dos 70, 700, 7.000 ou outros,..) que se atreva a criticar o estabelecido. 

O interessante (tristemente interessante) é que até críticos eventualmente honestos combatam o Manifesto não nas suas ideias (que é o direito de crítica da Democracia) mas sim na sua existência (que é o direito de repressão da Ditadura) e alguns fomentem racismo de gerações, outros racismo cultural, etc.

Como é óbvio esta confusão intelectual favorece a ditadura numa espécie de versão política da síndrome de Estocolmo, ou seja, de quando o raptado (neste caso o adestrado) começa a concordar com o raptor (neste caso o ditador… quer ele seja de estilo doce ou azedo).

Até agora os modelos adoptados para solução da Democracia estavam contaminados pelos dogmas massificadores do século XIX, pelo que tinham uma orientação BOA mas um percurso MAU, pois originam a chamada "ditadura doce" ou a "Democracia governada" (ver M.Duverger) em que […democraticamente se escolhe a quem depois, ditatorialmente, se obedece.]

Porém no século XXI este modelo está sofrendo a acção de "bugs" epidémicos e endémicos, bastando estar atento e observar eventos críticos e movimentos sociais nas sociedades que usam o modelo. A maioria dos cidadãos "sentem-se a subir escadas que descem". Na Europa o fenómeno já é conspícuo.



Há dois modelos que podem ajudar a pensar este processo.

1º - "coincidência dos 3 factores"

de Bernadette Jiwa

Quando existe uma Verdade acerca de uma situação e vivida sob a forma de crença emocional, do género cocktail de raciocínio lógico [neocortex] com impulso emotivo [sistema límbico] essa verdade pode ser mesclada com uma Oportunidade/Possibilidade activada e então a Acção transformante torna-se não só provável como viável, quer se trate de uma Pessoa, Grupo ou Sociedade.

Neste último caso, a questão que se coloca é qual é o nível e velocidade da propagação grupal e, para a resposta, surge a necessidade do segundo modelo para gerir a acção.



2º - "intensidades de adesão"

de R. Everett
Segundo R. Everett, no plano da apetência a novidades existem 5 níveis de velocidade de adesão cujos indivíduos, numa sociedade, estão  distribuídos em diferentes percentagens.

Os Inovadores que aderem rapidamente, aditos em serem dos primeiros, constituem uma percentagem mínima de 2,5% com adesões rápidas.

No nível seguinte, os Entusiastas, com cerca de 13,5%, são os que depois de verem as primeiras experiências e motivados pela emoção da novidade, apoiados em raciocínios lógicos baseados nos resultados já obtidos, deixam-se contaminar e aderem com relativa facilidade.

Quando no contexto envolvente já existem mudanças suficientes para a adesão não ser uma novidade e se poder "discretamente" fazer parte do novo grupo, cria-se uma Maioria Activacom normais 34%.  A sua dinâmica é a existência, no plano emocional, de uma mudança de status quo que já não levanta problemas e é apoiada por lógicas racionais relativas aos seus factores.
A adesão e mudança são feitas com suavidade baseadas na segurança da pergunta padrão - "Se os outros fazem e tudo está bem... porque não hei-de fazer?"…pelo que o salto a dar é pequeno.

Depois de uma adesão já com mais de 50% (2,5+13,5+34) o critério altera-se. Deixa de haver uma pergunta a balizar o caminho e passa a haver uma afirmação securizante -"Se os outros fazem também tenho que fazer!".
Ou seja, agora já não há resposta a dar, mas sim uma afirmação a seguir, pois o mimetismo social tem as suas regras e dinâmicas própria. Surge então a Maioria Atrasada, com normais 34% na sociedade.

O último nível, os Retardatários com os seus 16%, ou nunca farão adesão ou se o fizerem é protestando e "entrando de costas para sair com facilidade".



Integrando os dois,


A fronteira de viragem "irreversível" da mudança, uma espécie de Ponto-sem-Retorno", acontece quando as adesões passam do lado esquerdo da curva para o lado direito.



1 - Modelo da "intensidade de adesões"

Toda a estratégia deve ter dois pontos chave:

1º - utilizar os Inovadores (2,5%), não para fazer mudança, mas para fermentar o crescimento do grupo de Entusiastas (13,5%).

2º - utilizando os Entusiastas (13,5%), não para fazer mudança, mas para fermentar o crescimento do grupo de Maioria Activa (34%) e também começar a construir a organização a nível dos Para-quê's e Como's.

Pode acontecer que a dinâmica do bloco "coincidência de 3 factores" seja tão elevada que se passe directamente de meia dúzia de Inovadores para as duas Maiorias (Activa e Atrasada), como penso que aconteceu no 25 Abril 1974.

No caso actual, Portugal 2014, talvez seja interessante pensar apenas no modelo da "coincidência de 3 factores", pois lendo na internet as redes sociais, os massamedia, as propostas de referendo, os comentários e likes, os números necessários para o êxito do modelo de Everett são perfeitamente acessíveis.

Na verdade, considerando que no caso português, e no plano democrático, o grupo total médio de referencia é de 9 milhões (abstraindo contas de discussão com eleitores fantasmas) e se usarmos o valor habitual de abstenções de mais de 40%, para calcular o modelo Everett  o valor de referência baixa para 5,4 milhões.
(PS - Abstenções autárquicas:  ver Pordata, Portugal  )

Portanto, os números necessários para o modelo de Everett funcionar com êxito, em Portugal de 2014 poderão ser:

- Inovadores --> só são precisos 135.000 cidadãos.
Se se dividir este número pelas cidades portuguesas dará uma média de 800 a 900 cidadãos por cidade;

- Entusiastas --> só são precisos 729.000 cidadãos.
Se se dividir este número pelas cidades portuguesas dará uma média de 4.500 cidadãos por cidade.
Em resumo, basta que cada Inovador entusiasme 5 amigos.

- Maioria Activa --> só são precisos 1.836.000 cidadãos.
Se se dividir este número pelas cidades portuguesas dará uma média de 11.500 cidadãos por cidade.
Em resumo, basta que cada Entusiasta entusiasme 3 amigos.


2 - Modelo da "coincidência de 3 factores"

Acerca da Acção

o exposto anteriormente (Everett) analisa este factor no plano da dinamização numérica a nível da força-de-vontade, porém no plano da vontade-de-fazer-força são os aspectos da Verdade e da Oportunidade que se tornam o seu factor crítico por actuarem no sistema límbico detonando emoções.


Assim, acerca da Verdade

Aqui o conceito refere-se à "verdade" que  coincide e se sincroniza nas emoções partilhadas entre os diversos indivíduos.
No caso concreto, lendo a vox populi que nos rodeia, parece que a emoção sentida como dominante é uma mistura de diferentes percentagens de "raiva, tristeza e angústia" com a degradação humana da fome que nos rodeia nas crianças, nos idosos e nos adultos.

A verdade é que isto…


existe em generalização crescente.

Assim  a partilha emocional que sinto à minha volta quer seja dos que já lá estão, quer seja dos que assistem e sofrem empaticamente com os "amigos de peito" do sua própria comunidade obrigados a isso…
...a posição afectiva é que:

"…não percebo porquê, não quero isto, sinto-me mal e assusta-me o futuro para onde vamos…"


Oportunidade

refere-se não directamente ao indivíduo mas ao campo de forças do contexto que o envolve e com o qual interage.
No caso concreto é tudo o que pressiona e torna claro a necessidade de mudança de status quo e que se apresenta sob a forma de um dilema paradoxal, pressionado pelo tempo embrulhado na emoção "quanto mais tarde pior":

- "Estou numa Democracia, sou cidadão responsável, não quero isto que estou a consentir".

Uma analogia do crescer da oportunidade poderá ser:



domingo, 6 de abril de 2014

1 minuto de prazer, manipulado nos neurónios


O prazer "nasce" nos sistema límbico com as emoções que por lá se "passeiam".
Os raciocínios caminham pelo neocortex, fluindo como a água na montanha.

 Entre os dois, decisões e indecisões são decididas, pois não-decidir é sempre uma decisão.

Com os raciocínios as decisões são tomadas e nasce a força de vontade, mas sem o prazer das emoções não aparece a vontade de fazer força e vive-se o "prazer das angústias da indecisão", uma espécie de esgravatar um dente podre.

Cria-se uma espécie de masoquismo, pois viver angustiado é uma forma intensa de viver, preferível a não viver nada.

É um circulo vicioso de [… quanto mais indeciso mais se analisa raciocínios e mais enredado se fica na indecisão de decidir o que fazer].

É a altura ideal para aparecer um sádico a angustiar mais, manipulando por apoiar as indecisões com reforço emotivo vindo do sistema límbico. Não precisa de concordar ou discordar, só precisa de empolar aspectos emotivos com reforços e concordâncias, depois o masoquista faz sozinho o resto do trabalho.

O interessante é que aumentando emotivamente a indecisão, paradoxalmente, o masoquista fica mais feliz e contente vivendo intensamente o drama, isto é, a armadilha em que se afunda cada vez mais…[…bem aventurados os pobres manipulados, será deles o Reino da Terra.]

Encontrei 1 minuto de uma relação destas que é uma pérola de clareza de muitas situações vulgares vividas sem a sorte do desmascarar final.

Pertence a uma série excepcional "The Big Bang Theory"…divirtam-se:



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Novo Partido e o Porquê, Para-quê e Como

Referência: Blogues anteriores (clickar),
1 -  Há dois estilos de relação, qual é o seu?,  de 24 Mar 2014;
2  - (cont.) O Porquê e o Para-quê na vida,  de 27 Mar 2014.


Aderir a um partido é como começar um namoro:

Uma história:

A filha foi ter um primeiro encontro.
Quando chegou a casa, a mãe perguntou-lhe:
- "Então como correu?"

A filha respondeu:
- "Correu bem. Conversámos e ele disse que tinha um carro descapotável, uma casa no Algarve e outra no Minho, que ganha bem, tem muitas festas VIP e passa sempre férias no estrangeiro.
Depois contou muitas histórias sobre isso. Foi agradável."
Depois perguntou à mãe:
- "O que achas?"
A mãe respondeu:

- "Como negócio parece-me muito bom, mas para criares laços para a vida inteira, parece-me fracalhote!"

Realmente, pôr em cima da mesa uma colecção de Para-quê's e Como's é uma boa técnica de negócios de curto-prazo ou participações "bate e foge", mas não funciona para compromissos de implicação a longo prazo e intensa participação. É um jogo de manipulação, não de inspiração.


Luther King, com o seu "I have a dream" […e não "we have a dream"] fez História, pois mobilizou milhares de pessoas com profunda implicação e intensa participação, que deram energia, vontade e dedicação sem desfalecer.

Isto não era o Para-Quê do movimento (ou seja, o não racismo) nem o Como (isto é, a unidade), era o Porquê da sua posição e das acções em que estava envolvido. Não era uma carta negocial nem uma proposta de vantagens, lucros ou benefícios era a causa que o fazia estar ali.

As adesões não aconteceram porque seguiram o sonho dele, mas sim porque foram inspiradas a viver isso como um sonho pessoal de mudança do status quo pessoal. Não foram seguidores do sonho de um lider, foram cúmplices nessa crença. Não foi um negócio lucrativo, foi uma pertença a um estilo de vida com os riscos e responsabilidades inerentes.
Porquê ?
Porque reconheceram que aquele sonho também era deles, porque partilhavam a mesma crença, porque viveram a mesma pertença, porque a emoção desse desejo também viveu neles. 

Uma participação política não é um negócio tipo supermercado (por muito válido que seja), do mesmo modo que um namoro também não o é.

Ao longo da História, desde o Viriato até ao 25 Abril, a cultura portuguesa sempre foi uma cultura de pertença e não de manipulados, sempre "pensou" de dentro-para-fora  e não de fora-para-dentro, nunca fomos alunos-cumpridores de Romanos, Leão & Castela, Espanhóis, Franceses e do próprio Nazismo, que não tiveram aqui vida fácil.

Uma opção e participação política é um compromisso com um porquê, com a causa que fundamenta a acção, com a energia e vontade de alterar um status quo. É daqui que saem inovações dos Para-quê's e dos Como's e não vice versa.


Aquando do 25 Abril, o Para-quê e o Como estavam nebulosos, mas o Porquê era claro.

Não existiam políticos com o trabalho de "ensinar" Para-quê's e Como's, nem eram precisos, pois passeando nas ruas conversava-se com desconhecidos à janela e a emoção de pertença à mesma causa criava partilha, semelhante ao estado de espírito vivido na multidão que acompanhava Luther King.

Depois todo esse "abraço colectivo" se PARTIU em Partidos e começaram as lutas dos Para-quê's e dos Como's, substituindo a união de solucionar problemas e os Porquê's foram desaparecendo. A luta política criou o negócio político.

PS - Durante algum tempo ainda havia Porquê's negativos sob a forma de ANTI-qualquer-coisa, afim de manipular alguma emoção pela negativa (a chamada filosofia da desgraça), mas repare-se que Luther King não diz que tem um pesadelo para lutar contra, diz que tem um sonho para construir… pois com os anti-pesadelos não se vai longe.

Entretanto, nos dias de hoje, bisbilhotando textos de vários partidos, PSD, PS, PC, CDS, BE, etc, encontro, como causas para as adesões, muitos Para-quê's e Como's mas Porquê's é difícil encontrar… [na analogia do namoro… é como querer que alguém se apaixone porque mostra (ou deseja) muito dinheiro e um automóvel caro].


Os Partidos

Tudo mudou bastante desde esta época:


e os problemas e soluções também mudaram. Qualitativamente, a cultura-base do cidadão alterou-se bastante e quantitativamente a acção política passou de alguns milhares para milhões de pessoas…mas o modelo de participação política partidária continuou o mesmo.

Um novo factor social entrou no jogo político pois, para além das tecnologias de informação social, por exemplo, a Televisão, surgiram também as tecnologias de comunicação instantânea, por exemplo, as redes sociais que invadiram as sociedades:


Se se analisar o modelo tradicional dos Partidos com a lupa do "Porquê, Para-quê, Como", poder-se-á encontrar aspectos para pensar.

Para-quê

No plano operacional é para ser governo, isto é, para colectar dinheiro e gastar dinheiro.
Porém, como plataforma justificativa e orientadora para os gastos a fazer, tem sempre um para quê ideológico, a funcionar como critério das decisões de gastar o dinheiro e atractivo para as adesões ao partido, justificando-as. 
Em resumo, o para quê ideológico do partido diz que ele existe para construir a:

- social democracia; ou
- democracia social; ou
- democracia popular; ou
- popular democracia; ou
- marxismo democrático; ou
- marxismo social; ou
- democracia cristã; ou
- cristã democracia; ou
- liberal democracia; ou
- democracia conservadora; ou
- esquerda socialista; ou
- direita do centro; ou
- centro da direita;
- etc…que, como exercício de marketing é criativo, mas na prática é um "falar ao vento".

As alternativas são imensas e variadas, nunca se sabe bem o que é e como depois lá dentro existem as chamadas sensibilidades consentidas, isto é, variedades que se discutem e não alteram nada, mas permitem que os sonhos ideológicos vendidos sejam centenas.

Como

O "Como" é o aspecto prático fundamental pois é ele que, há perto de dois séculos (XIX e XX), tem sustentado a existência e a permanência dos partidos.

Tudo se centra em torno das decisões práticas do "Como fazer" e as ideologias seguidas não dão critérios operacionais para o definir. Por outro lado, qualquer que seja a decisão, a concordância de todos é necessária ou pelo menos a sua não-discordância.

A solução é óbvia, elege-se quem decide (poucos) e todos os outros aceitam (muitos), depois a disciplina da obediência partidária anula discordâncias.

É interessante que numa organização de essência igualitária o primeiro acto da sua constituição é criar desigualdade igualitária. É uma espécie de humor perverso [...para se ser igual tem que se ter desigualdade], ou [...todos somos iguais, mas eu sou diferente, sou o superior dos iguais]. Depois chamar-se Presidente, Secretário-Geral ou Geral-Secretário é como acreditar no Pai Natal porque se chama e mascara de Pai Natal.

Porquê

A resposta a esta pergunta é a chave da adesão, à semelhança de iniciar um namoro. Extremando posições, a adesão pode ser por despertar uma Inspiração que altera o status quo sentindo renovação, ou por sofrer uma "cirurgia" por Manipulação que não altera o status quo e traz consentimento. Na prática, este segundo caso não responde ao Porquê mas embrulha-o em Para quê´s que o mascaram.

 O Porquê é sempre uma emoção relacionada com a acção, porque é ele que vai detonar energia emocional para a executar e obter os Para quê´s.


Scenius em substituição de génios

Encontrei um conceito, Scenius, muito interessante e que é uma espécie de "Genius" colectivo.
Criado por um músico inglês Brian Eno (ver Kevin Kelly, Steven Johnson), pode ser definido como o Génio comunal, ou seja, uma rede a pensar em colectivo:

Diz Brian Eno:
Scenius
representa a inteligência e a intuição de uma cena cultural.
É a forma comunal do conceito de génio.
Diz Kevin Kelly:

Scenius é como o génio, apenas está incorporado numa cena e não em genes. 
Para Brian Eno a palavra transmite a criatividade extrema que grupos ou "cenas" podem gerar. 
Indivíduos imersos em scenius produtivo irão florescer e produzir um melhor trabalho. 
Impulsionado por scenius age-se como génio ao ser inspirado pelos seus pares e por todo o ambiente.

Numa palavra, scenius são homens/mulheres comuns que funcionam como génios se partilham, pertencem e vivem uma cena cultural. Parece-me uma boa e fácil definição de partido se extrairmos do actual modelo o negócio da manipulação "engajadora" e a repressão do autoritarismo com a disciplina democrática partidária… que matam qualquer semente de scenius e/ou genius.

Por outro lado, no mundo da participação política, parece-me ser o tipo possível de software cultural a usar no actual hardware das tecnologias de comunicação instantânea, vulgarizado como redes sociais.

Na prática, o Scenius não é uma novidade, mas talvez tenha que ser uma inovação. As suas regras base são:



bem diferente dos actuais modelos em uso na cultura partidária e política.

Os Cafés são a “a internet da era iluminista”, diz "The Economist".

O que isto quer dizer é que os Cafés sempre funcionaram como situações de Scenius, um local onde a conversa fluía, onde nasciam encontros para trocas de ideias e na prática funcionavam como Redes Sociais ao vivo.




Desde o Café Foy em Paris onde, no século VXIII, nasceram e se corporizaram os ideais democráticos...






… até ao Café Brasileira, em Lisboa, onde se reuniam os membros da clandestina Carbonária Portuguesa e em que o facto de sofrer uma rusga da polícia a 30 de Setembro não impediu que, 5 dias depois a 5 Outubro de 1910, se dê a Revolução Republicana...



… na verdade o centro da participação política sempre foi e sempre se dinamizou com base nas redes sociais. Os partidos, no seu interior e apoiados no seu actual modelo, não devem e não podem estrangular essa dinâmica  mas, pelo contrário, devem-nas potenciar e desenvolver até porque no exterior as redes sociais estão cada vez mais activas.

O Porquê para aderir a um partido terá que ser: "Participação activa e livre em redes sociais que REALMENTE funcionem" e, quanto mais dinâmicas forem, mais intensa será a adesão e a participação e, como reverso da medalha, menos autoritarismos, estrangulamentos e políticas como negócio lucrativo poderão existir.

Para este Porquê ser claro, os Como's têm que ser concordantes e concretos, por exemplo, "não haver primeiros entre iguais" e "não haver disciplina (repressão) democrática sobre o que se pensa e opta". 

Com base nestas crenças, a primeira tarefa é clarificar os Para-quê's e os Como's operacionais a utilizar e divulgar. Para o fazer já existem diversas técnicas e metodologias, actualmente "personas non gratas" nos actuais modelos em uso nos partidos.

Porém, sob o ponto de vista teórico e prático, já existem diversas experiências com êxito, como por exemplo, em Austin (USA) e noutros locais, onde começaram a aparecer bastantes "meetup's", mas sob a forma de uniões de URL e IRL, como na gíria são definidas, diferentes do modelo de feiras de wokshops surgidas em várias cidades com o mesmo nome de meetups. Mutuamente não se invalidam, mas são processos diferentes.

Por exemplo, um pequeno grupo de 5 online-friends combina um encontro num Café Central próximo apenas para complementar a rede virtual existente com uma rede física de face-friends. Na continuação, as duas redes vão-se desenvolvendo e potenciando, criando condições para um Scenius, isto é, um contexto social de criatividade, inovação e génio colectivo.

A URL, em inglês Uniform Resource Locator, em português Localizador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso disponível numa rede, ou seja, é o endereço virtual do caminho que vai para onde está o que se pretende.
Por outras palavras, URL neste caso significará o conjunto dos membros virtuais de uma rede, identificados pelos seus endereços virtuais.

A IRL (In Real Life) significa o conjunto dos membros dessa rede, numa identificação face-a-face.

Na prática, uma meetup é um conjunto dos membros virtuais de uma rede que se juntam fisicamente  para conversarem face-a-face agregando à conversa eventuais presentes que o desejem e, possivelmente mais tarde, integrarão essas redes vituais-físicas se a conversa os inspirou.

IRL dos Cafés do século VXIII se integradas com URL


É como se os Cafés do século XVIII integrassem nos seus grupos face-a-face certos grupos virtuais já existentes, potenciando ambos. 

Talvez seja esta a futura dinâmica dos partidos e uma parte da resposta ao Porquê de um partido actual adaptado à época actual.


A decisão política tem sempre duas componentes: a social e a técnica, intimamente interligadas. A componente social refere-se aos resultados e efeitos na sociedade, isto é, o Para-quê e os efeitos colaterais do Como. A componente técnica diz respeito à componente operacional do Como.

Quando a tecnocracia ou a burocracia da componente técnica quer dominar ou "pornograficamente" se misturar na componente social, a decisão política está contaminada. Teoricamente, a Missão Partidária é evitar e impedir esta contaminação, quando pelo contrário é neles que está a origem da contaminação, o sistema torna-se ilegítimo.

É esta a principal razão de, nas Democracias "reais" e não fictícias, existirem diversas medidas de controlo, como por exemplo, de análise e fiscalização dos financiamentos particulares das campanhas eleitorais.

As técnicas de Scenius nas organizações partidárias pretende também (entre outros) responder a este primordial problema do controlo social da decisão política. O curioso deste processo é que o seu impulsor é o amadorismo e não o profissionalismo.

Como a própria palavra indica, um Amador é o que ama a actividade que faz, que gasta tempo, recursos e esforços naquilo em que é adito. Não está lá por lucro, dinheiro ou fama … está porque gosta, porque não vive sem isso, porque é um amador…aquele que ama o que faz.

A diferença de amador para profissional é que este, além de ter isso como profissão e não como hobby, é um expert em padrões adquiridos e certezas qualificadas e o Amador é flexível e aberto a experiências. Por outro lado, o Amador é atraído e disponível para aventuras das possibilidades, o profissional é condicionado por modelos adquiridos e treinados.

Numa analogia, o Amador precisa não se esquecer de ver a garrafa meio vazia e o Profissional precisa não esquecer de ver a garrafa meio cheia. Na actividade do Scenius a regra é que devem existir 2 fases, a primeira com controlo tipo Amador e a segunda tipo Profissional.

O perigo é quando existe um controlo tipo Mercenário a querer controlar as duas ou quando o Profissional já perdeu a sua percentagem hobby e a substituiu por percentagem mercenário.

Numa definição, Amadores são pessoas vulgares obcecadas com uma actividade, hobby.ólicos, aditos no seu aprofundamento, viciados em ouvir e partilhar, em descobrir e inovar, em encontrar o desconhecido nas possibilidades do seu hobby.

Um encontro de Amadores é sempre um fluir de ideias, uma explosão de dar e receber, mas um encontro de profissionais é uma luta livre de estatutos de certezas e garantias, e um encontro de Mercenários é um leilão de recursos de quem obtém mais pagando menos.

O Scenius tem o espirito de um Encontro de Amadores, porém...

quem conseguir ser convidado para uma primeira reunião em qualquer partido, normalmente a emoção vivida é de assistir a [...lutas livres de estatuto] e/ou [...leilões de recursos procurando pagar pouco (não se comprometendo) e ganhar muito (tendo compromissos dos outros)].
A questão pessoal que se coloca a quem pensa aderir é:

- "É isto que eu quero?"   - "É este o namoro sonhado?"

O mundo actual inova com tal velocidade que, todos os dias, qualquer profissional passa a ex-profissional com reduzidas certezas e muitas dúvidas, sentindo que o seu treino formal está desactualizado e, se não tem um espirito de Amador, rapidamente se transforma num incompetente treinado
Um país tem o direito de
não ter incompetentes treinados
e muito menos ter néscios treinados
a gerir os seus recursos…